Portugal e as Renováveis

De há uns dias para cá houve uma conversa no discord sobre energia renovável e decidi que a pesquisa que fiz na altura sobre o assunto era interessante e podia ser partilhada.
O que se segue é uma compilação de estatísticas que contextualizam o papel das energias renováveis em portugal:

https://www.iea.org/reports/portugal-2021

"Portugal remains reliant on imported fossil fuels, which accounted for 76% of primary energy supply in 2019 (43% oil, 24% natural gas and 6% coal). Portugal has also achieved high shares of renewable energy, which covered 30.6% of gross final energy demand in 2019. Thanks mainly to hydropower and wind generation."

Como podemos ver grande parte da eletricidade produzida em Portugal é de origem renovável (63%).
No entanto, também as estatísticas sobre origem da energia consumida são algo encorajador, exceto para o gás natural que, apesar de tudo, é usado como recurso energético de transição.

O progresso de Portugal, ainda que muito lento para várias pessoas, também se nota nas emissões de carbono, que reduziram de forma considerável desde o governo do "engenheiro" sócrates:

Aliás, voltámos aos tempos áureos do final do século 19 (não sei aonde foram buscar esses dados, mas pronto).

Já quanto à divisão das emissões por indústria ou tipo de combustível, existem os seguintes dados:

Muitos objetivos climáticos de reduzir em X% as emissões são indexados, na verdade, a valores dos anos 90 (década em que a maioria do mundo industrializado teve o pico das emissões, mas portugal não), o que não fica claro muitas vezes, mas o que leva a que seja interessante ver esta comparação:

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Destas imagens retiramos algumas conclusões:

• Enquanto que a eletricidade produzida em Portugal devido a fósseis se tem mantido constante nos últimos anos, a das renováveis tem aumentado, o que aumenta a sua contribuição percentual;

• O consumo energético de Portugal tem vindo a decrescer muito lentamente, mas com um decréscimo significativo para as energias fósseis, especialmente para o carvão e mais ligeiramente para o petróleo, que vão sendo substituídos por energias renováveis e pelo gás natural;

• O progresso parece ter sido maior na primeira década do milénio e, com as sucessivas crises e má gestão da questão ambiental, ter estagnado, especialmente naquilo que toca a uma maior produção de energia devido a fontes renováveis;

• Emissões de CO2 e óxidos nitrosos têm vindo a diminuir substancialmente ao longo das últimas décadas, mas as de metano - o gás mais potente dos 3 e, no entanto, mais rápido a desaparecer da atmosfera do que o dióxido de carbono, têm se mantido constantes, o que acaba por abrandar o decréscimo das emissões de gases de estufa em geral;

• É importante tornar a nossa agricultura e recolha de resíduos mais eficiente e ecológica, de modo a reduzir a nossa pegada ecológica e para a tornar mais resiliente face a choques energéticos provenientes do estrangeiro. Redução de emissões de metano tem impacto muito mais rápido do que a redução de emissões de CO2, que permanece mais tempo na atmosfera;

• É imperativo que o gás natural não ocupe apenas o lugar do petróleo na nossa economia. Apesar de poluir menos que o petróleo, a produção de energia via gás natural deve também ela diminuir de forma sustentável a favor de outras opções mais ecológicas que sejam, elas mesmas sustentáveis e seguras.